22 de março de 2013

Silêncio

      Como é difícil falar de silêncio, pois para falar do silêncio exige quebrar o silêncio.
Virgem do Silêncio
     Frei Patrício Sciadini diz: “O silêncio é o caminho da unidade e da harmonia interior. Sem o silêncio não podemos escutar a nós mesmo, aos outros e a Deus. O silêncio é o caminho para o autoconhecimento, a descoberta das próprias limitações e das próprias capacidades. O silêncio é o espelho fiel do que somos, do que fomos e do que devemos ser. Aprender o silêncio é aprender a amar”. 
     Silêncio é uma palavra mágica. Em qualquer lugar em que você a encontre escrita, chama a atenção e evoca uma atitude de cuidado: falar baixinho, quase sussurrando ao ouvido. Não fazer barulho, não gritar. Não fazer movimentos bruscos que possam provocar a ruptura de um clima de interioridade ou de intimidade. 
     A palavra silêncio não se coloca em qualquer lugar. Ela se encontra nos corredores dos hospitais, nas portas dos quartos onde alguém está doente. É exigido o silêncio nas salas de aula, onde se quer aprender e ensinar. Quando se fala para um público barulhento, tem sempre alguém que grita: “silêncio, por favor!”. 
     O silêncio está presente nas igrejas, onde se quer permanecer na escuta de alguém muito importante; Deus, que não costuma gritar nas praças. Seu nome é silêncio
     O silêncio não pode ser definido, mas pode ser descrito, narrado nas situações mais variadas da vida. 
     Saber fazer silêncio é uma arte que cada vez mais vai se perdendo. À medida que se perdeu o gosto pela palavra, perdeu-se o gosto pelo silêncio. Silêncio e palavra caminham juntos, são inseparáveis. 
     O silêncio entra calmamente na vida de quem se sente imbuído de grandes ideais: ele é o útero onde se geram as grandes ideias, onde se escrevem os grandes romances e se compõem as mais belas sinfonias. Toda obra de arte é gerada no silêncio: antes de explodir no exterior, ela explodiu no íntimo do coração de alguém. 
     Não se pode fugir do silêncio, de sua necessidade. Ele é semente de amor e ódio. É dentro do coração que o silêncio gera amores e desavenças. Tanto os santos, como os malandros, necessitam do silêncio para projetar seus planos de amor ou de ódio. 
     É no silêncio que sente toda a força de nosso nada e de nossa impotência. É no silêncio que guardamos nossos segredos e nossas maiores mágoas.
Pe. Lailson Tomé de Lima
     Mas o que é o silêncio? Se ninguém nos pergunta, sabemos o que é, para que serve. Mas, se somos interrogados e obrigados a defini-lo, ele nos foge das mãos e se torna impossível defini-lo com palavras. Precisamos de silêncio antes de falar e de silêncio depois de falar. 
     Se você quer saber para que serve o silêncio, escreva a história de seus silêncios: quando e por que silenciou na vida? O que você silenciou para sempre e que vai silenciar para sempre? 
     O silêncio é a vontade de guardar segredos. Somente quando o segredo nos esmaga, nós nos vemos obrigados a romper o silêncio. Ou quando a alegria é imensa, e percebemos que não se pode conservar o silêncio. 
    O silêncio carrega certa cumplicidade: às vezes o guardamos para não nos expor; para não nos descuidar e mostrar aos outros nossas fragilidades. 
     Não tenhamos medo de nossos silêncios. Saibamos enfrentá-los quando eles cantam o mistério e quando escondem o mistério, ou quando encobrem nossos pecados. 
     Há silêncios que não podem ser rompidos por nenhuma causa: o silêncio do confessionário, o silêncio do amor, o silêncio ético, silêncio do pecado, que conserva na misericórdia e no perdão. 
    É bom escrever a história de nossos silêncios: de convivência e de graça, de amor e de medo. Só o silêncio é capaz de fazer-nos grandes, mesmo quando ele queima dentro de nós e nos torna tristes. 
     Vivemos a inexistência do silêncio; a falta de ética do silêncio. Achamos que a verdade exige o silêncio. Provavelmente somente a verdade exige o silêncio mais absoluto. Quando Pilatos perguntou a Jesus: “o que é a Verdade?”, Jesus não responde. Assume a atitude provocante e agressiva do silêncio. A verdade não se prova com a palavra, mas com o silêncio. 
     Há algo na vida da gente que ninguém vai saber... é silêncio. Nem a psicologia e psicanálise penetram; nem a tortura pode arrancar; nem as microfilmadoras ou a escuta telefônica podem roubar: é o silêncio que envolve teu silêncio. Por isso, a importância de fazermos o exercício do silêncio nesta caminhada formativa. Quanto mais mergulhamos no silêncio sentimos a necessidade de nos silenciar.

Que Maria, a Virgem do Silêncio, nos ensine a silenciar!


Maringá (PR), 21 de Março de 2013

Pe. Lailson Tomé de Lima
Reitor da Casa de Formação São José
Seminário de Filosofia da Diocese de Umuarama

16 de março de 2013

V Encontro dos Formandos e Formadores com Bispo

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     Em espírito de alegria, fraternidade, descontração, os seminaristas de todas as etapas de formação da Diocese de Umuarama e formandos em teologia da Diocese de Paranavaí e Sociedade de São Tiago, Haiti, bem com os formadores, Pe. Lailson Tomé de Lima e Pe. João Mendes Pereira Filho, reitores do Seminário de Filosofia e Teologia, respectivamente, e o bispo diocesano de Umuarama, Dom Frei João Mamede Filho, OFMConv., reuniram-se na Casa de Formação Divino Espírito Santo (Seminário de Teologia da Diocese de Umuarama), no município de Londrina (PR).
     Na sexta-feira (15) houve a Celebração da Santa Missa com a comunidade do bairro e amigos. Em seguida houve a confraternização.
     No dia seguinte, sábado (16), as atividades se iniciaram com a Celebração da Santa Missa, presidida por Dom Mamede. Ainda pela manhã, todos reuniram-se para momento formativo com bispo diocesano. Dando continuidade à recreação, preparou-se um almoço, marcando assim, o encerramento do encontro.

14 de março de 2013

Santa Missa com Comunidade Formativa de Campo Mourão

     Aos quatorze dias do mês de março do presente ano, na Capela da Casa de Formação São José, celebrou-se Santa Missa presidida pelo Pe. Alfredo Rafael, diretor espiritual da Comunidade de Formação Nossa Senhora de Guadalupe (Seminário de Filosofia da Diocese de Campo Mourão), concelebrada com os padres Lailson Tomé de Lima (Reitor desta Casa de Formação), Pe. Paulo (Reitor da Casa de Campo Mourão) e Mons. Wilson Galiani (Diretor Espiritual desta Casa).
     Estiveram pressentes, juntamente conosco, os formandos da Comunidade de Formação Nossa Senhora de Guadalupe. Após a celebração do Santo Sacrifício e dos mistérios de nossa fé, formandos e formadores reuniram-se para uma descontraída confraternização.


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[...] então tua amizade é preciosíssima. É excelente, porque vem de Deus; excelente, porque Deus é o laço que a une, excelente, enfim, porque durará eternamente em Deus. [...]Com toda a razão podem cantar então as palavras de Davi: ‘Oh! Quão bom e agradável é habitarem juntamente os irmãos!’ Sim, porque o bálsamo precioso da devoção está sempre passando dum coração ao outro por uma contínua e mútua participação; tanto assim que se pode dizer que Deus lançou sobre esta amizade a sua benção por todos os séculos dos séculos”.

São Francisco de Sales