29 de novembro de 2012

Tempo do Advento

O Advento está chegando, e segue abaixo um artigo nos recordando o que realmente é o advento!

História do Advento
     Não é fácil precisar a história e o primitivo significado do Advento; além disso,as noticias sobre suas verdadeiras origens são parcas .É necessário distinguir elementos que dizem respeito a práticas ascéticas e a outras, de caráter estritamente litúrgico; um Advento que é preparação para o Natal e um Advento que celebra a vinda gloriosa de Cristo (Advento escatológico). No oriente, permaneceu quase ignorado um período de preparação ao Natal.

     Portanto, o Advento é próprio do ocidente. São descartadas totalmente as teorias que atribuem o Advento a são Pedro e sua existência aos tempos de Tertuliano e são Cipriano. O testemunho mais antigo encontra-se em uma passagem de santo Hilário (por volta de 366) que diz: "Sancta Mater Ecclesia Salvatoris adventus annuo recursu per trium septimanarum sacretum spatium sivi indicavit" (CSEL, 65,16). "A santa mãe igreja oferece um espaço sagrado de três semanas por ano para a vinda do Salvador". O duplo caráter do Advento, que celebra a espera do Salvador na glória e a sua vinda na carne, emerge das leituras bíblicas festivas.

     O primeiro domingo orienta para parusia final, o segundo e o terceiro chamam a atenção para a vinda cotidiana do Senhor; o quarto domingo prepara-nos para a natividade de Cristo ao mesmo tempo fazendo dela a teologia e a história. Portanto, a liturgia contempla ambas as vindas de Cristo, em íntima relação entre si.

Espiritualidade do Advento
     Toda a liturgia do Advento é apelo para se viver alguns comportamentos essenciais do cristão: a expectativa vigilante e alegre, a esperança, a conversão, a pobreza:
     A expectativa vigilante e alegre caracteriza sempre o cristão e a Igreja, porque o Deus da revelação é o Deus da promessa, que manifestou em Cristo toda a sua fidelidade ao homem: "Todas as promessas de Deus encontram nele seu sim" (2 Cor 1,20). A esperança da Igreja é a mesma esperança de Israel, mas já realizada em Cristo. Os nossos primeiros irmãos na fé, como atesta a Didaqué, imploravam: "Que o Senhor venha e passe afigura deste mundo. Maranatha. Amém". Assim termina o livro do Apocalipse e toda a escritura: "Aquele que atesta essas coisas diz: Sim! venho muito em breve. Amém! Vem Senhor Jesus. A graça do Senhor Jesus esteja com todos. Amém" (Ap. 22,20).

     A expectativa vigilante é acompanhada sempre pelo convite à alegria. O Advento é tempo de expectativa alegre porque aquilo que se espera certamente acontecerá. Deus é fiel. A vinda do Salvador cria um clima de alegria que a liturgia do Advento não só relembra, mas quer que seja vivida.

     O Batista, diante de Cristo presente em Maria, salta de alegria no seio da mãe. O nascimento de Jesus é uma festa alegre para os anjos e para os homens que ele vem salvar (cf. Lc. 1, 44.46 - 47; 2,10.13 - 14).
     No Advento, toda a Igreja vive a sua grande esperança. O Deus da revelação tem um nome: "Deus da esperança" (Rm. 15,13).Não é o único nome do Deus vivo, mas é um nome que o identifica como "Deus para conosco". O advento é o tempo da grande educação à esperança: uma esperança forte e paciente; uma esperança que aceita a hora da provação, da perseguição e da lentidão no desenvolvimento do Reino; uma esperança que confia no Senhor e liberta das impaciências subjetivistas e do frenesi do futuro programado pelo homem. Na convocação ao testemunho da esperança, a Igreja, no Advento, é confortada pela figura de Maria, a mãe de Jesus. Ela que "no céu, glorificada em corpo e alma, é a imagem e a primícia da Igreja... brilha também na terra como sinal de segura esperança e de consolação para o povo de Deus a caminho, até que chegue dia do Senhor" (cf. 2 Pd. 3,10).

     Advento, tempo de conversão. Não existe possibilidade de esperança e de alegria sem retornar ao Senhor de todo coração, na expectativa da sua volta. A vigilância requer luta contra o torpor e a negligência; requer prontidão e, portanto, desapego dos prazeres e bens terrenos. O cristão, convertido a Deus, é filho da luz e, por isso, permanecerá acordado e resistirá às trevas, símbolo do mal, pois do contrário corre o risco de ser surpreendido pela parusia. Esse comportamento de vigilante espera na alegria e na esperança exige sobriedade, isto é, renúncia aos excessos e a tudo aquilo que possa desviar-nos da espera do Senhor. A pregação do Batista, que ressoa no texto do evangelho do segundo domingo do Advento, é apelo para a conversão, a fim de preparar os caminhos do Senhor. O espírito de conversão, próprio do Advento, possui tonalidades diferentes daquelas relembradas na Quaresma. A substância é essencialmente a mesma, mas, enquanto a Quaresma é marcada pela austeridade da reparação do pecado, o Advento é marcado pela alegria da vinda do Senhor.

     Enfim, um comportamento que caracteriza a espiritualidade do Advento é o do pobre. Não tanto o pobre em sentido econômico, mas o pobre entendido em sentido bíblico: aquele que confia em Deus e apoia-se totalmente nele. Estes anawîm , como os chama a Bíblia, São os mansos e humildes , porque as suas disposições fundamentais são a humildade, o temor de Deus, a fé. Eles são objeto do amor benévolo de Deus e constituem as primícias do "povo humilde" (cf. Sf. 3,12) e da "Igreja dos pobres" que o Messias reunirá. Jesus proclamará felizes os pobres e neles reconhecerá os herdeiros privilegiados do Reino, ele mesmo será pobre. Belém, Nazaré, mas, sobretudo a cruz, são diversas formas com que Cristo manifestava-se como autêntico "pobre do Senhor”. Maria emerge como modelo dos pobres do Senhor, que esperam as promessas de Deus, confiam nele e estão disponíveis, com plena docilidade, à atuação do plano de Deus.

21 de novembro de 2012

Apresentação de Nossa Senhora no Templo

     A memória que a Igreja celebra hoje não encontra fundamentos explícitos nos Evangelhos Canônicos, mas algumas pistas no chamado proto-evangelho de Tiago, livro de Tiago, ou ainda, História do nascimento de Maria. A validade do acontecimento que lembramos possui real alicerce na Tradição que a liga à Dedicação da Igreja de Santa Maria Nova, construída em 543, perto do templo de Jerusalém.

     Os manuscritos não canônicos, contam que Joaquim e Ana, por muito tempo não tinham filhos, até que nasceu Maria, cuja infância se dedicou totalmente, e livremente a Deus, impelida pelo Espírito Santo desde sua concepção imaculada. Tanto no Oriente, quanto no Ocidente observamos esta celebração mariana nascendo do meio do povo e com muita sabedoria sendo acolhida pela Liturgia Católica, por isso esta festa aparece no Missal Romano a partir de 1505, onde busca exaltar a Jesus através daquela muito bem soube isto fazer com a vida, como partilha Santo Agostinho, em um dos seus Sermões:

     "Acaso não fez a vontade do Pai a Virgem Maria, que creu pela fé, pela fé concebeu, foi escolhida dentre os homens para que dela nos nascesse a salvação; criada por Cristo antes que Cristo nela fosse criado? Fez Maria totalmente a vontade do Pai e por isto mais valeu para ela ser discípula de Cristo do que mãe de Cristo; maior felicidade gozou em ser discípula do que mãe de Cristo. E assim Maria era feliz porque já antes de dar à luz o Mestre, trazia-o na mente". 

     A Beata Maria do Divino Coração dedicava devoção especial à festa da Apresentação de Nossa Senhora, de modo que quis que os atos mais importantes da sua vida se realizassem neste dia.

     Foi no dia 21 de novembro de 1964 que o Papa Paulo VI, na clausura da 3ª Sessão do Concílio Vaticano II, consagrou o mundo ao Coração de Maria e declarou Nossa Senhora Mãe da Igreja.

Nossa Senhora da Apresentação, rogai por nós!

17 de novembro de 2012

Vocação à santidade



A Palavra de Deus é uma unidade; forma um todo, semelhante à Igreja, que é una e santa. Tanto a Palavra de Deus como a Igreja formam uma única unidade. Presente em diferentes épocas, ambas correspondem às necessidades dos homens e dos povos, sendo Luz que orientam a humanidade nas diversas veredas do mundo. Assim vemos na ação dos profetas, bem como na missão dos Apóstolos e, posteriormente, na ação evangelizadora da Igreja.
Desde o Antigo Testamento, Deus suscita homens para que possam anunciar sua Palavra entre os povos e para auxiliar na construção de seu Reino. Ainda mais, Deus, desde o princípio, formou uma Aliança com o seu povo, cuja plenitude está em Jesus. Fez com o seu povo uma Aliança e deu-lhe, por intermédio de Moisés, a sua Lei, para que todos o reconhecessem e o servissem com o único Deus vivo e verdadeiro.
Por meio dos profetas, Deus formou seu povo na esperança da salvação, na expectativa de uma Aliança nova e eterna destinada a todos os homens, cuja promessa é cumprida nos braços abertos de Jesus na Cruz. Anteriormente, Deus faz a Aliança por meio dos profetas. Posteriormente, realiza a Aliança por meio de seu Filho, Jesus Cristo. Podemos dizer alegremente que somos unidos através de Jesus; somos unidos à Jesus; somos unidos em Jesus. Através de sua Paixão e Morte, ele nos uniu em uma única Carne e em um único Corpo. Todos pertencemos à uma mesma família, pois Jesus Cristo é a Aliança que une o Céu e a Terra.
Desta forma, sendo "um só coração e uma só alma", aprendemos a grandeza da perfeição. Somos chamados, desde o batismo, a sermos santos e a praticarmos, em tudo, atos santos. Portanto, todas as pessoas podem achar-se no caminho da perfeição. Leigos que praticam os conselhos do Evangelho, que renunciam as riquezas e as honras do mundo para conquistar as riquezas e as honras do céu!
Santa Catarina de Sena, Doutora da Igreja, diz: “Quanto ao merecimento [...], o que conta é o amor. Seja qual for o estado de vida, o homem pode merecer a perfeição. Tudo depende do amor. Deus chama os homens para um ou para outro estado de vida, conforme suas capacidades e aptidões. Todos têm a possibilidade de alcançar o prêmio eterno, na medida de sua caridade. [...] Todos são postos a trabalhar na vinha da obediência, cada um a seu modo; todos terão seu pagamento não pelo que fez ou pelo tempo de serviço, mas na proporção de quanto amou. [...] Jesus quis revelar que não seremos premiados de acordo com a duração ou tipo de trabalho, mas de acordo com o amor. [...] É pelo amor que o homem alcança a recompensa.”
Saibamos, também nós, a aprender de Jesus, que ensina os seus; possamos nos admirar com a beleza de suas palavras, que nos manifestam a abundância inesgotável de seu amor; saibamos nos admirar com o seu ensinamento, que nos diz para termos corações mansos e humildes, a semelhança do Sagrado Coração de Jesus.
Os Evangelhos nos narram que todos se admiravam com Jesus pelo seu “modo” de ser e ensinar, pois procedia diferentemente dos mestres da lei. Verdadeiramente, todos se admiravam ao ver que, além de dizer belas palavras, Jesus colocava em prática tudo o que ensinava. Acolhia a todos com caridade, generosidade. Irradiava o Amor e a Humildade – bases para a santidade – por todos os lugares em que passava.
Seremos santos à medida que saibamos imitar Jesus. Todos nós, além de santos, podemos ser santificadores, através do bom exemplo. À medida em que amarmos, demonstraremos a grandeza do amor; à medida em que rezarmos – além de obter as graças divinas e de nos unirmos com Deus, demonstraremos a grandeza e a eficácia da oração; à medida em que bem procedermos, demonstraremos a suma grandeza do bem.
Jesus deseja que não somente cresçamos nas virtudes, mas que manifestamos aos outros essas mesmas virtudes. Assim, o esplendor da santidade consiste em podermos espalhar a graça santificante. À semelhança do Sol, podemos ser “luz do mundo”, que brilha e faz resplandecer o ideal da verdadeira felicidade.
Enfim, quando deixarmos Jesus viver em nós, poderemos irradiar fé, esperança, caridade, bondade, humildade, firmeza e doçura. Em poucas palavras, irradiaremos Jesus Cristo.
Possamos reconhecer Jesus como Salvador do mundo, nos admirar com as suas belezas e professar que é o “Santo de Deus”.

13 de novembro de 2012

Como faço para abrir o coração?

     Um coração não se torna aberto de um dia para o outro! Mas, se você deseja ter um coração assim, disponha-se para um exercício interior composto de uma única ação poderosíssima: Comece a dizer "sim" àquilo que você costumeiramente diria "não"; valerá a pena contrariar-se um pouco!

Lentamente, mas bem forte, você vai perceber a diferença, desfrutará de novas graças e talvez até faça novos amigos!

Ricardo Sá

2 de novembro de 2012

Dia dos finados e a Fé

     Estamos no Ano da Fé. Esta é a luz que ilumina o dia dos finados. Na fé podemos dizer: “minha morte será o dia mais feliz da minha vida” (P Haring). A celebração do dia dos mortos é uma oportunidade impar para uma catequese sobre a fé. Tudo que realizamos neste dia tem sua fonte na fé. As velas acesas são símbolo da fé e das boas obras que nunca se apagam. Jesus é a luz sem ocaso. Vamos refletir sobre a fé e o dia dos finados. 
     Primeiro, fé na ressurreição. Nossa morte é nossa páscoa. Para o cristão não existe só a morte. Somos testemunhas da fé na ressurreição. Assim, o dia dos mortos é dia de confissão de fé na vida eterna, no céu, no futuro, na ressurreição, na esperança. Cremos um dia estar com Cristo no céu. 
     Segundo, fé na comunhão dos santos. Nossa fé não permite crença na reencarnação. Cremos que os mortos, os santos, são nossos advogados, intercessores, nossos bons anjos. Rezamos por eles e eles por nós. Que beleza, que prodígio. A fé une a Igreja peregrina padecente e triunfante, ou seja, a Igreja na terra, no purgatório e no céu. 
     Terceiro, a fé na remissão dos pecados. Deus quer salvar a todos e concede a todos a graça suficiente. A Igreja abre todas as portas do perdão na hora da morte, porque é hora da decisão definitiva. Em cada Ave Maria rezamos para que a mãe de Deus esteja conosco nesta hora. Assim podemos perder o medo da morte e não ter medo nem dos mortos e nem do cemitério. Nossos túmulos são escolas de reflexão sobre nossa fragilidade e santuários que preservam a dignidade humana. Os mortos nos dizem: “Eu era o que tu és, tu serás o que sou”. Lembremos que o bem, o amor, a Palavra permanecem e que Deus não passa. 
     Quarto, cremos que o céu é preparado na terra pelas boas obras, pela reta consciência e reta intenção, pelo amor fraterno especialmente aos pobres e sofredores. Na terra preparamos o céu. Tudo tem sentido e valor, sob a luz da fé. 
     Quinto, a fé na vida. A morte não tem o domínio, a vitória, o poder final. Ela é relativizada pela fé na ressurreição. Nossa vida não é tirada, mas, transformada. “Não morro, entro na vida” (Sta. Terezinha). As Sagradas Escrituras falam da glória, da felicidade, da coroação, da honra, da plenitude da vida após a morte. A vida não acaba, entra em outra dimensão. 
     Sexto, fé nas promessas de Deus. Sabemos que Deus não mente, não engana, nem se engana. Ele nos criou para a vida. Em Jesus, o Pai cumpriu todas as suas promessas. Ele nos adotou como filhos e quer que tenhamos comunhão, amizade, convivência com Ele. Ele é o Deus dos vivos. Lutemos contra a cultura da morte. Evitemos a pior morte que é o pecado grave e peçamos a morte mística que é a superação do egoísmo, o esvaziamento do nosso ego. 
      Sétimo, fé nas Sagradas Escrituras. Tudo o que dizemos sobre a vida após a morte, tem seu fundamento nas Escrituras, na Palavra de Deus. O próprio Jesus se referia às Escrituras para falar da sua ressurreição. A s coisas últimas, morte, juízo, purgatório, inferno e céu são realidades reveladas ou fundamentadas nas Escrituras. Já o livro dos Macabeus e de Jó aludem à ressurreição. Jesus em sua pregação referia-se constantemente às coisas futuras, à ressurreição, à vida eterna. 
     Santo Agostinho reza diante do túmulo: “Nós vivemos neste mundo, tu agora vives no mundo do Criador, o céu. O fio entre nós não foi cortado. Estou apenas fora das vossas vistas, mas estamos em comunhão”. No túmulo de Gandhi estão escritos os Sete Pecados da humanidade hoje: política sem princípios; riqueza sem trabalho; prazer sem consciência; conhecimento sem caráter; economia sem ética; ciência sem humanidade; religião sem sacrifício. 
     Que frase você gostaria de colocar na sua sepultura? Eis uma sugestão: “Passei fazendo o bem”. 

Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina

1 de novembro de 2012

Viver a vida; viver o amor


         O amor de Deus excede toda a espécie de sentimentos em qualidade e em quantidade. Sendo infinito, seu amor é infinito; sendo perfeito, seu amor é perfeito; sendo excelso, seu amor é, igualmente, excelso. Nada a ele se assemelha em grandeza. Doando-se, jamais diminui; derramando-se, jamais esgota; transformando, não é mudado; comunicando, permanece incompreensível; tornando-se Homem, é essencialmente divino. Por conseguinte, não podendo haver em Deus atributos diferentes da perfeição, tudo que dele procede participa da mesma essência divina. Assim, Deus é amor e o amor é divino.
Deus é amor em essência. Doa-se ao ponto de não caber em si, criando a incomensurável quantidade das criaturas existentes, obras de suas mãos, feitas à sua imagem e semelhança. Cada criatura reflete sua benignidade. Cada traço, curva, imagem, é reflexo da Sabedoria incriada que tudo criou como expressão de seu amor. E dentre todas as criaturas, formou do barro o homem, constituindo-o senhor de toda a criação.
É o homem a mais bela e a mais sublime, e como prova de seu infinito amor, revelando-se a si próprio, o Criador quis tornar-se criatura. Elegendo Maria, a mais perfeita de suas obras, Deus vem pessoalmente ensinar-nos o ofício de amar. Em Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus Pai, o magnífico Artista nasce como Salvador.

Assim, assumindo a natureza humana, Deus eleva, em Jesus Cristo, a obra de suas mãos às alturas. Do mundo, o homem é elevado aos céus! E como compete ao aprendiz imitar o Mestre e ao filho imitar o Pai, compete-nos imitar Nosso Senhor Jesus Cristo, que se dignou assumir nossa condição.
Como sois grande, Senhor! Quereis que sigamos vossos passos e ouçamos vossa voz. Compreendemos a imensa dignidade da vocação: o chamado é único, o mesmo para todos aos que chamastes. Contudo, sua beleza está no fato de chamar cada um para servir-vos com suas qualidades e particularidades, embora sejamos todos tão diferentes.
Portanto, a vida comunitária assim deve ser edificada: na vivência do chamado de Deus, correspondendo com aquilo que possuímos de melhor. Ademais, Deus nos chama integral e incondicionalmente, suprindo, na abundância de seus dons, nossos defeitos e limitações. Conseguinte, se vive bem, se vive feliz, se vive com plenitude e com coragem, quando se vive com o Amor, por Amor e para o Amor.
Aprendamos que a vivência do chamado consiste na vivência da doação pelo Amor. É o ato do sacrifício contínuo por Ele e para Ele; sacrifício de perene alegria. À semelhança da árvore que mais cresce, oferecendo sombra e proteção às menores que crescem junto de si, deve aquele que mais ama ser o auxílio, o exemplo e a proteção para todos que vivem próximos de si.