1 de novembro de 2012

Viver a vida; viver o amor


         O amor de Deus excede toda a espécie de sentimentos em qualidade e em quantidade. Sendo infinito, seu amor é infinito; sendo perfeito, seu amor é perfeito; sendo excelso, seu amor é, igualmente, excelso. Nada a ele se assemelha em grandeza. Doando-se, jamais diminui; derramando-se, jamais esgota; transformando, não é mudado; comunicando, permanece incompreensível; tornando-se Homem, é essencialmente divino. Por conseguinte, não podendo haver em Deus atributos diferentes da perfeição, tudo que dele procede participa da mesma essência divina. Assim, Deus é amor e o amor é divino.
Deus é amor em essência. Doa-se ao ponto de não caber em si, criando a incomensurável quantidade das criaturas existentes, obras de suas mãos, feitas à sua imagem e semelhança. Cada criatura reflete sua benignidade. Cada traço, curva, imagem, é reflexo da Sabedoria incriada que tudo criou como expressão de seu amor. E dentre todas as criaturas, formou do barro o homem, constituindo-o senhor de toda a criação.
É o homem a mais bela e a mais sublime, e como prova de seu infinito amor, revelando-se a si próprio, o Criador quis tornar-se criatura. Elegendo Maria, a mais perfeita de suas obras, Deus vem pessoalmente ensinar-nos o ofício de amar. Em Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus Pai, o magnífico Artista nasce como Salvador.

Assim, assumindo a natureza humana, Deus eleva, em Jesus Cristo, a obra de suas mãos às alturas. Do mundo, o homem é elevado aos céus! E como compete ao aprendiz imitar o Mestre e ao filho imitar o Pai, compete-nos imitar Nosso Senhor Jesus Cristo, que se dignou assumir nossa condição.
Como sois grande, Senhor! Quereis que sigamos vossos passos e ouçamos vossa voz. Compreendemos a imensa dignidade da vocação: o chamado é único, o mesmo para todos aos que chamastes. Contudo, sua beleza está no fato de chamar cada um para servir-vos com suas qualidades e particularidades, embora sejamos todos tão diferentes.
Portanto, a vida comunitária assim deve ser edificada: na vivência do chamado de Deus, correspondendo com aquilo que possuímos de melhor. Ademais, Deus nos chama integral e incondicionalmente, suprindo, na abundância de seus dons, nossos defeitos e limitações. Conseguinte, se vive bem, se vive feliz, se vive com plenitude e com coragem, quando se vive com o Amor, por Amor e para o Amor.
Aprendamos que a vivência do chamado consiste na vivência da doação pelo Amor. É o ato do sacrifício contínuo por Ele e para Ele; sacrifício de perene alegria. À semelhança da árvore que mais cresce, oferecendo sombra e proteção às menores que crescem junto de si, deve aquele que mais ama ser o auxílio, o exemplo e a proteção para todos que vivem próximos de si.

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