14 de setembro de 2012

15 de Setembro - Nossa Senhora da Dores

                 Mãe das Dores, alegrai-vos, que depois de tantas lutas 
                estais na glória junto ao Filho e sois Rainha do universo.



Faze, ó Mãe, fonte de amor, 
que eu sinta em mim tua dor, 
para contigo chorar. 

Faze arder meu coração, 
partilhar tua paixão 
e teu Jesus consolar. 

Ó santa Mãe, por favor, 
faze que as chagas do amor 
em mim se venham gravar. 

O que Jesus padeceu 
venha a sofrer também eu, 
causa de tanto penar. 

Ó dá-me, enquanto viver, 
com Jesus Cristo sofrer, 
contigo sempre chorar! 

Quero ficar junto à cruz, 
velar contigo a Jesus, 
e o teu pranto enxugar.                                          

Quando eu da terra partir, 
para o céu posa subir, 
e então contigo reinar.

Memória de Nossa Senhora das Dores

       A festa de hoje liga-se a uma antiga tradição cristã. Contam que, na Sexta-feira da Paixão, Maria Santíssima voltou a encontrar-se com Jesus, seu filho. Foi um encontro triste e muito doloroso, pois Jesus havia sido açoitado, torturado e exposto à humilhação pública. Coroado de espinhos, Jesus arrastava até ao Calvário a pesada cruz, para aí ser crucificado. Sua Mãe, ao vê-lo tão mal tratado, com a coroa de espinhos, sofre de dor. Perdendo as forças, caiu por terra, vergada pela dor e pelo sofrimento de ver Jesus prestes a morrer suspenso na cruz. Recobrando os sentidos, reuniu todas as suas forças, acompanhou o filho e permaneceu ao pé da Cruz até o fim.

    Inicialmente, esta festa foi celebrada com o título de "Nossa Senhora da Piedade" e "Compaixão de Nossa Senhora". Depois, Bento XIII (1724-1730) promulgou a festa com o título de "Nossa Senhora das Dores".
     Somos convidados, hoje, a meditar os episódios mais importantes que os Evangelhos nos apresentam sobre a participação de Maria na paixão, morte e ressurreição de Jesus, marcando as suas sete dores: 1ª a profecia do velho Simeão (Lucas 2,33ss.); 2ª a fuga para o Egipto (Mateus 2,13ss.); 3ª a perda de Jesus aos doze anos, em Jerusalém (Lucas 2,41ss.); 4ª o caminho de Jesus para o Calvário (João 19:12ss.); 5ª a crucificação (João 19,17ss.); 6ª a deposição da cruz e 7ª o sepultamento (Lucas 23,50ss.).



Dos Sermões de São Bernardo, abade

(Sermo in dom. infra oct. Asumptionis,14-15: Opera omnia, Edit. Cisterc. 5[1968],273-274)

(Séc.XII)

Estava sua mãe junto à cruz

O martírio da Virgem é mencionado tanto na profecia de Simeão quanto no relato da paixão do Senhor. Este foi posto, diz o santo ancião sobre o menino, como um sinal de contradição, e a Maria: e uma espada traspassará tua alma (cf. Lc 2,34-35). 
Verdadeiramente, ó santa Mãe, uma espada traspassou tua alma. Aliás, somente traspassando-a, penetraria na carne do Filho. De fato, visto que o teu Jesus – de todos certamente, mas especialmente teu – a lança cruel, abrindo-lhe o lado sem poupar um morto, não atingiu a alma dele, mas ela traspassou a tua alma. A alma dele já ali não estava, a tua, porém, não podia ser arrancada dali. Por isto a violência da dor penetrou em tua alma e nós te proclamamos, com justiça, mais do que mártir, porque a compaixão ultrapassou a dor da paixão corporal.

E pior que a espada, traspassando a alma, não foi aquela palavra que atingiu até a divisão entre a alma e o espírito: Mulher, eis aí teu filho? (Jo 19,26). Oh! que troca incrível! João, Mãe, te é entregue em vez de Jesus, o servo em lugar do Senhor, o discípulo pelo Mestre, o filho de Zebedeu pelo Filho de Deus, o puro homem, em vez do Deus verdadeiro. Como ouvir isto deixaria de traspassar tua alma tão afetuosa, se até a sua lembrança nos corta os corações, tão de pedra, tão de ferro?
Não vos admireis, irmãos, que se diga ter Maria sido mártir na alma. Poderia espantar-se quem não se recordasse do que Paulo afirmou que entre os maiores crimes dos gentios estava o de serem sem afeição. Muito longe do coração de Maria tudo isto; esteja também longe de seus servos.
 Talvez haja quem pergunte: “Mas não sabia ela de antemão que iria ele morrer?” Sem dúvida alguma. “E não esperava que logo ressuscitaria?” Com toda a confiança. “E mesmo assim sofreu com o Crucificado?” Com toda a veemência. Aliás, tu quem és ou donde tua sabedoria, para te admirares mais de Maria que compadecia, do que do Filho de Maria a padecer? Ele pôde morrer no corpo; não podia ela morrer juntamente no coração? É obra da caridade: ninguém a teve maior! Obra de caridade também isto: depois dela nunca houve igual.


Nossa Senhora das Dores - Rogai por nós.

Fontes: 
Disponível em: http://liturgiadashoras.org/oficiodasleituras/NSDores.html acesso dia 14/09/2012.

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